quarta-feira, 6 de julho de 2011

The ultra sounds of Shivaratri



Continuando a linha de ligação com a Índia, iniciada pelo Mateus, trago hoje aqui um projeto interessantíssimo da Egrégora dos praticantes do Método DeRose, da qual tenho orgulho de fazer parte.

Farei alguns breves esclarecimentos aqui, que depois extenderei num post futuro sobre um cd de Mantras propriamente dito, mas qualquer curiosidade extra, pesquisem em www.uni-yoga.org.

Por hoje, ficaremos com uma das definições de Mantra encontradas no livro 'O poder do Mantra' (Ricardo Melo e Caio Melo): "Para começar a compreender melhor o termo, você pode partir de um conceito mais popular e flexível, mas que gera uma boa reflexão: mantra é qualquer palavra ou som que se posa emitir. Existe um ditado no Yôga que diz: palavra é mantra. Ou seja, em qualquer idioma, quando se fala qualquer coisa, emite-se um mantra, um arquétipo vibratório e sonoro de uma intenção".

Então partindo desse conceito, esse aqui também é um álbum de mantras, mas arranjados com uma roupagem mais elétrica (guitarras, baixos e teclados) e eletrônica, mas com percussões sempre presentes e vibrantes.

O 'ultra sounds' do título remete aos sons que ocorrem "em uma freqüência superior àquela que o ouvido humano pode perceber, cujo limite é de aproximadamente 20.00 Hz", esclarecimento também do livro citado. Então as vibrações existem e de alguma maneira elas são percebidas.

Os mantras dos quais se parte para as músicas deste disco são Kirtans, em Sânscrito cântico. "Como seu significado denota, é o mantra que possui várias notas musicais, várias palavras e geralmente tem tradução. É importante frisar, porém, que não se trata de música, e nenhum mantra, incluindo o kirtan, é cantado. No jargão de quem conhece o assunto, diz-se vocalizar e não cantar mantras. Kirtan é um mantra de efeito extroversor(...)", ainda do livro citado.


Então vamos ao som, no caso, sonzaço!

Pra quem acha que se trata de músicas relaxantes e contemplativas, esse disco pode impressionar. As guitarras são muito legais, pesadas em muitos momentos, com bons efeitos de estéreo e modulações psicodélicas. Os vocais são muito bem colocados, fugindo totalmente de qualquer estereótipo 'natureba indiano', podendo rolar o som numa festa com roqueiros ou na balada dance.

Shivaratri é um grupo formado por Leo Spínola (vocal e guitarra), Walter Cândido (vocal e mridanga), a bela Evelyn (vocal e meia-lua), Johnnie (DJ) e Charles Maciel (djembê), que além de músico é um excelente mestre de cerimônias e frontman, com quem tive o prazer de tocar Sitar Guitar no último DeRose Festival, em Florianópolis. Obrigado pela boa recepção! Um ensaio e dois shows!!

Mais informações em www.shivaratri.net


O disco começa com um riff de baixo distorcido e uma bela guitarra, trazendo depois a bateria eletrônica e as percussões coloridas. Antes das vocalizações entra uma bela guitarra limpa e suingada. 'Guriji (Jaya gurují ÔM Dê)' é um belo início e se você não conhece o mantra demora pra perceber que é disso que se trata. Solinho bacaninha de guitarra! Acho que a cargo do convidado especial Gegê Spínola.


'Hari Gauri (Hari ÔM namah Shiva)' é mais uma surpresa, começando também com uma linha de baixo, só que agora um acústico, seguido de uma bateria leve e uma guitarra com um pan estéreo muito bem sacado! Aqui o convidado especial é Durval Lelys na guitarra. Mais solos de guitarra.


'Jaya Shiva (Jaya Shiva Shankara Bhôm)' já traz um arranjo mais eletrônico, começando já com uma bateria bem seca e uns teclados pesados. Muito vigor e energia, boa pra começar o dia, principalmente se você canta, ou melhor, vocaliza junto. Belíssimo solo de guitarra.


Mais calma no começo, 'ÔM Shiva (ÔM Shiva ÔM Shakti)' alterna vocais masculinos e femininos, crescendo em dinâmica com guitarras mais pesadas e uma bateria muito legal.


'Shivaya ÔM' é mais calma, com teclados/sons fx mais 'viajantes' e um som de cítara bonito, além

de um dedilhado de guitarra bonito finalizando.


Volta a animação, guitarra nervosa e suingada: 'Umapatê (Jaya Shiva Shankara Umápatê)'. Mais uma boa pra começar ou animar o dia.


'Natarája' começa com um efeito de eco ping-pong (bom de ouvir com fones) e mais um riff de baixo distorcido, dá uma acalmada pra entrar uma bateria suingada e os vocais disputando com o peso do som, nada relaxante, ouvinte desprevenido! Essa aqui tem aquele break de música eletrônica no meio, bom pra mixar.


Pra terminar em alto astral, 'Shambhô (Jaya jaya Shiva Shambhô'), com uma guitarra bonita, uns sons estranhos, aparentemente ondas sonoras invertidas, seguidos daquele beat eletrônico maneiríssimo! O vocal aqui soa diferente, talvez filtrado. Mais guitarras com overdrive!


SwáSthya!

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